terça-feira, 8 de novembro de 2011

Por que ir aos pobres e para quê?

Aqui vai mais uma parte da matéria de Carlos Barbalho: "Por que ir aos pobres"


Há pouco tempo li na Revista Caros Amigos, primeiro no editorial, depois em uma matéria mais ampla, a experiência de um professor universitário que para defender sua tese de mestrado, cujo tema era “os invisíveis da sociedade”, fez a experiência de passar três anos como gari do campus da universidade onde lecionava assumindo as tarefas comuns e os horários dessa profissão. Isso tudo sem dar conhecimento a nenhum dos seus colegas ou alunos. Tomando para e sobre si a invisibilidade deles.
Qual o resultado da sua experiência? O homem mudou de vida. A relação diária com os garis e a experiência dolorosa de ser “invisível” numa sociedade da imagem, o ter sido desconsiderado e desconhecido por alunos e colegas, o ter constatado na pele a invisibilidade dos empobrecidos causou-lhe profunda dor na alma, transmutou-lhe o coração e fez-lhe um homem novo, feliz, transformado, que hoje observa o mundo a partir da anti realidade dos empobrecidos, dos invisíveis da sociedade. Eis uma experiência de conversão atípica para os cristãos.
Conclusão: Deus tem muitos caminhos para chegar ao coração da mulher e do homem, de suas filhas e filhos. Não nos fechemos, nem enquadremos Jesus dentro dos nossos pobres conceitos.
O que seria fundamental para ganharmos um coração novo, cheio de compaixão? De acordo com a experiência acima relatada e a nossa experiência pessoal e, segundo Comblin, na belíssima obra “O caminho: ensaio sobre o seguimento de Jesus”, só um contato vivo e pessoal com os empobrecidos, só o olhar do empobrecido pode realizar tal milagre em nós.

Nenhum comentário:

Postar um comentário